sábado, 17 de junho de 2017

Lucas Helon e o cuidado de Deus


        Quando escrevi a última postagem, confesso que logo após a cirurgia gostaria de ter voltado aqui pra relatar como foi e tudo que aconteceu, porém, cada vez que voltava e lia as linhas que escrevi aqui, a emoção tomava conta do meu coração e não conseguia continuar escrevendo, ensaiei algumas vezes, mas não me sentia pronta pra escrever novamente sobre um dos dias mais difíceis mas também mais maravilhosos de minha vida! Portanto, estou novamente tentando escrever, até pensando em você que tem um bebezinho com trigonocefalia e veio aqui pra saber um pouco mais sobre essa malformação craniana e suas consequências!

        Algo que eu gostaria de deixar pra você é que existe vida após o diagnóstico de trigonocefalia! Percebo que vivi muito tempo em função do DIAGNÓSTICO do meu filho e não em função DELE!        
        Dia e noite só pensava na cirurgia:como seria a cirurgia? Quem faria? Como era o pós cirurgico? Cicatriz? Ele iria desenvolver normal? Mas muitas vezes me esquecia que tinha um bebê que precisava de mim, que apesar de sua cabecinha torta, precisava ser atendido em outras áreas de seu desenvolvimento, que tinha e ainda tem um dos olhares mais doces que já vi na vida!!!!

       A cirurgia foi feita no dia 2/05/2016, já temos um ano e um mês de renascimento! Lucas ficou 12h na UTI, fez transfusão de sangue, mamou na UTI (o que foi extremamente desconfortável pra mim, mas extremamente gratificante pois pedia muito que isso acontecesse), saiu extubado do centro cirurgico (outro pedido que o Senhor me concedeu gentilmente), O período no quarto foi bem difícil, ele ficou muito inchado, no terceiro dia não abriu os olhos, mas no quinto dia já estávamos indo pra casa.

      Ele era a pessoa mais alegre da casa, enquanto a vovó ficava sem saber o que fazer, a tia Talita falava: glória a Deus que ele está aqui, o papai tentava manter as coisas normais pro irmãozinho mais velho não estranhar tanto e a mamãe tentava se restabelecer física e emocionalmente, o Lucas nos olhava com aquela carinha inchada, com alguns roxos, mas sempre sorridente!

     Sua recuperação foi surpreendente: com 15 dias não parecia que tinha feito nada, exceto pela cicatriz e o rostinho ainda um pouco inchado, mas a alegria constante!

     As nossas noites de sono não eram mais as mesmas, Lucas acordava constantemente, com choros gritados, não gostava de deitar para trocar fraldas e houve algumas mudanças de comportamento bem comuns das quais eu já imaginava pois tinha sido alertada por amigas cujos filhos passaram também pela cirurgia. Mas nada muito assustador, só adaptações que se tornariam necessárias diante da nova realidade que tínhamos naquele momento!

    Os banhos mais curtos, não deixar acumular casquinhas sobre os pontos, não deixar o bebê de 7 meses cair ou bater a cabeça era o mais desafiador! Afinal ele estava na idade de experimentar novas posições como engatinhar, ficar em pé. Porém os excessos fizeram com que ele ficasse um pouco "preguiçoso" e só foi engatinhar com 11 meses e andar com um ano e cinco meses!

     Hoje, Lucas tem um ano e oito meses! É um bebê sapeca, muito esperto, aprendendo a falar palavras novas a cada dia, adora tocar seu violão, apaixonado pelo irmão, canta muitas músicas louvando ao Seu Criador que deu vida a ele duas vezes!

      Só temos a agradecer a Deus, aos amigos que oraram, à familia que nos sustentou, à igreja que nos abraçou e consolou! Abaixo, coloco o vídeo que fizemos no dia do seu batismo e culto de gratidão por sua vida, 11/06/2016!

      Ah sabe aquela história de que não pode bater a cabeça? Não é bem assim, Lucas já caiu algumas vezes, fez um galo na testa, bem no local da cirurgia (só pra deixar mamãe doida) e está aí firme e forte!

 




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